Tuesday, June 26, 2007

Mar

Nunca vivi longe do mar!


Nasci à beira-mar nessa cidade maravilhosa que é Vila do Conde. Fui para o Funchal ainda novo, e numa ilha é impossivel não reparar nele. Voltei para Vila do Conde e quando chegou a hora de sair de casa Faro acolheu-me, com o mar sempre no horizonte.
Habituei-me a olhar para ele ao acordar, ao cheiro e ao barulho das ondas.

Hoje no carro a caminho da praia, dei comigo a recordar os verões que passei na praia em Vila do Conde.
Primeiro eram os jogos de futebol intermináveis que acabavam com muito suor, dores nas canelas (sim porque sempre fui de jogar durinho...), muita areia no corpo e um mergulho no mar que apagava todo o cansaço!
Depois veio a maluqueira do skimming (vicio que recuperei recentemente).
Era de manhã á noite literalmente. Só saíamos da praia quando já não nos víamos uns aos outros, ou já não víamos a bola! O jantar nesses meses era sempre atrasado, para desepero dos meus pais!
Vivi também paixões, na maioria das vezes incompreendidas a que seguiam os desgostos impossiveis de ultrapassar. Tudo com o mar como pano de fundo.

Foram Verões inteiros passados na praia, e que verões!

Apercebi-me hoje que muitas das minhas melhores recordações da infância e adolescência foram passadas à beira-mar.
É por tudo isto e muito mais que não consigo passar muito tempo sem ver o mar. Mais que um vício tornou-se uma necessidade! Pode ser um lugar comum, mas é a verdade.

Sempre que posso depois do trabalho passo pela praia, tiro a prancha do carro e dou uns tombos, um mergulho e venho-me embora ao pôr-do-sol, com um sorriso nos lábios!
E ainda dizem que tudo na vida tem preço!

O futuro que se avizinha, pela primeira vez na minha vida não o inclui. Por ora há que aproveitar o melhor que posso, na certeza que mais cedo ou mais tarde vou acordar e ouvir o barulho das ondas, respirar a brisa e dar um mergulho e rejuvenescer!

As memórias, essas vão comigo para onde for!

Parabéns

Hoje faz anos um grande amigo meu! Daqueles que vale a pena ter!

Não é facil gostar dele à primeira, talvez porque o estigma do racismo esteja incutido em cada um de nós sem que dele nos apercebamos.

Foi uma pessoa que aos poucos fui conhecendo e passei a admirar. A sua experiência de vida faz de mim ainda uma criança, aquilo por que passou não consigo sequer imaginar, quanto mais viver. É um lutador!
Apesar de a vida não lhe sorrir muitas vezes, ele faz questão de vivê-la com um sorriso aberto. Parece uma criança num corpo de adulto, com tudo de bom e de mau que isso possa ter. É genuíno, e tenho pena que as pessoas que não têm o prazer de o conhecer o censurem por isso. Não lhe dão o real valor que ele merece!


As nossas opiniões são em muitos assuntos divergentes, confesso que não concordo com muitas ideias e atitudes, no entento apesar do que ele pensa, respeito-as profundamente.
Não poderia ser de outra forma.
Vai ser uma das pessoas que me vão fazer falta, no entanto é uma daquelas que me faz ir embora. Estranho não é?

Tal como não me esqueci quando ele esteve ausente, espero que ele faça o mesmo quando for a minha vez!

Eu sei que não!

Monday, June 18, 2007

Tonight, tonight....so bright!

Já foi há mais de uma semana mas não podia passar em claro. Os Smashing Pumpkins voltaram a Portugal, no mesmo dia em que voltei a uma piscina, ainda que não fosse para nadar. Parece uma associação um pouco descabida, mas para mim faz todo o sentido. Passo a descrever.

Creio que em 1998 os Smashing vinham dar um concerto na Aula Magna, exactamente no mesmo dia em que se disputava o Meeting Internacional do Estoril. O meu pai uns dias antes falou-me na remota hipótese de arranjar um bilhete para esse concerto, esgotadíssimo há meses!
Tratei logo de falar com o meu treinador e dizer que infelizmente não ia dar para ir nadar uma vez que aquela era uma oportunidade única.
O concerto era no sábado e na sexta estava a caminho de Lisboa, de boleia com o resto da equipa.
Quando lá cheguei as minhas piores previsões confirmaram-se, não havia bilhete! Eu já sabia que esse era o desfecho mais previsivel, mas só o facto de haver uma réstia de esperança fez-me sair de Vila do Conde na esperança de os ver ao vivo.

Pois bem sexta á noite, sem bilhete para o concerto, nada para fazer, pensei "olha vou nadar", afinal o meu treinador ja me tinha inscrito antes de eu dizer que não dava.
E assim começou o fim de semana de provas mais estranho que alguma vez tive.
Enquanto toda a equipa estava instalada num hotel da Linha eu estava em casa do meu pai na margem Sul, recentemente baptizada de Deserto!
Em vez das refeições controladas eu fui jantar fora com o meu pai e comi pizza!!!

Sábado de manha, eliminatórias de 100m Bruços, feitas sem aquecimento! Mesmo assim ainda consegui ser apurado para a final, nas calmas!
Depois enquanto as equipas recolhiam aos hoteis para almoçar e descansar para as finais, eu fui passear com o meu pai!! Tudo ao contrário do que deve ser feito!!

Depois do almoço voltei à piscina, desta vez ia dar tempo para o aquecimento, pensei eu! E dava eu é que não o fiz! 50 metros foram a totalidade do meu aquecimento. 25 até encontrar alguns amigos meus do outro lado da piscina, meia hora á conversa e 25 de volta ao outro lado, mas em sprint, vá la!

A final, ganhei-a com record do meeting imagine-se!! Eu que nem ia nadar... E só porque não consegui ir ver o concerto! Apesar de tudo não conseguiu apagar a frustração de não ter visto o concerto...é que há alturas para tudo e desde esse dia ainda não consegui ir ver um concerto dos Smashing depois desse dia!

Há alturas na vida para tudo e esse fim de semana era para ver os Smashing!

Wednesday, June 13, 2007

Felizmente há dias assim.

Nunca pensei dizer isto, mas é verdade. Cheguei a uma altura na minha ainda curta vida em que gosto de estudar, motiva-me. Senão vejamos, hoje acordei por volta das 10, fui trabalhar á uma da tarde e por lá fiquei até as 11 e meia da noite. Tinha combinado com o meu fiel companheiro de longas noites de estudo que iriamos fazer qualquer coisa para uma apresentação que temos amanha ao fim da tarde. Para não ser tudo em cima do joelho começariamos depois de eu sair do trabalho, ou seja iriamos à meia noite!!!.
Pois bem são quase 4 da manha, acabei de chegar a casa e não consigo dormir.É claro que o red bull e os 3guronsans que tenho em cima também ajudam a explicar este fenómeno, mas a verdade é que me sentia capaz de continuar a trabalhar na apresentação quase indefinidamente.
Só passadas 12 horas de acordar é que o dia realmente começou para mim, assim que comecei a trabalhar naquilo que ao fim ao cabo me dá prazer. Estava mesmo com a pica toda, a curtir fazer a apresentação. E o tema não podia ser mais aborrecido, não fosse ele "Desintegração Celular".

Hoje é um daqueles dias em que me estou nas tintas para pensar se valerá a pena ou não o sacrificio no futuro, porque no dia de hoje, que afinal é o que conta, me senti realizado.
Estou com a sensação que amanhã a coisa vai correr bem, afinal só pode, motivação não me falta.


Hoje o dia foi longo e ainda bem!

Tuesday, June 5, 2007

Valerá a pena??

É meia noite e meia. Cheguei agora do trabalho. Cá em casa ja todos dormem. Amanhã quando acordar ainda há gente a dormir! Ando cansado, o meu corpo ja não sabe o que é uma boa noite de sono há meses...Já se habituou, já nem reclama como nos primeiros tempos, até porque não tem escolha. O acordar é sempre dificil, mas o adormecer não é mais fácil. Os dias sucedem-se a uma velocidade inacreditável, díficil de acompanhar. Felizmente não estou sozinho.

Este ano não tenho vivido, tenho andado a fazer pela vida!
Dizem-me que aquilo que somos é determinado pelas escolhas que fazemos (sim, sou daqueles que se recusa a acreditar no destino), logo espero que tenha sido a escolha certa. Eu acho que sim, afinal é isso que move e me faz acordar, quando o meu corpo me pede para dormir. Estudar quando me apetece descansar.
Não pensei nas dificuldades com que me ia deparar, confesso, por isso cada dia que passa é um desafio para o qual espero estar à altura. Por isso quando chego ao fim de cada dia sinto que cresci um pouco mais.
O meu pai diz que não consigo viver sem adrenalina, que só podia ser assim, às vezes penso que sim.
O preço que estou a pagar por um futuro risonho é elevado. Espero que valha a pena, ou será pedir demais?

Saturday, June 2, 2007

Obrigado!

O Vasco morreu! Quando o Jorge me telefonou ontem pelo meio dia a dar a triste notícia gelei, não queria acreditar. Mas à medida que as mensagens se iam sucedendo todas contendo essa tragica noticia, foi-se apoderando de mim a ideia que se calhar ele ja nos tinha deixado. O dia tornou-se longo, insuportavel e só me apetecia ir embora. Perdi uma das minhas referências.
Invejava a vida que ele tinha (como é feia a inveja!), ele tinha a vida que eu sonhava um dia ter!
Foi meu amigo mesmo antes de ser professor. A primeira vez que foi apresentado foi num jantar de curso duas semanas depois de ter aterrado em Faro. Nessa altura era ainda só mais um professor. A segunda vez que o vi foi onde nos encontramos mais vezes, num campo de futebol. Eu cheio de medo de o ver, afinal ainda não tinha ido a nenhuma aula, nem eu nem o Claudio... Ele virou-se para nós e disse " Hoje estamos cá para jogar á bola." Marcou -me imenso, não só nesse momentos mas em todos em que tive o privilégio de privar com ele.
Tinhamos em comum para além da bola, o interesse pela música, (ainda cá tenho 2 cds teus dos smiths) e pelos copos.
Não foi o melhor professor que tive na universidade, não vou ser hipócrita, mas foi o único a que pude chamar de amigo. Porque para ele não havia só a a sala de aula havia todo um mundo lá fora em que ele sabia ser tão ou mais importante como a sala em que me ensinou quimica orgânica. E aí sim ele foi o melhor!
Para mim era um exemplo a seguir e é por isso que digo que para mim o Vasco não morreu. Nem para mim nem para todos os que tiveram a sorte de o conhecer para lá do professor que ele foi.
Conhecê-lo foi uma das coisas boas que a universidade me deu, porque há coisas que não se aprendem na sala de aula.
Obrigado Vasco, um dia ainda vou poder ser como tú!!!